César Bierrembach

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(1872 - 1907)


Tribuno, advogado, professor, poeta, escritor e polemista brasileiro. Nasceu em Campinas a 7 de abril de 1872. Morreu no Rio de Janeiro, a 2 de julho de 1907. 

Filho do capitão João Antônio Bierrembach e de Maria Clementina da Silva Bueno, obteve primorosa educação nos colégios São Luís, de Itu, e Culto à Ciência, de Campinas (que lhe deram destreza para falar francês, italiano, alemão, inglês e espanhol) e na Academia (depois faculdade) de Direito de São Paulo.

Amigo pessoal de José Maria Paranhos Jr, o Barão do Rio Branco (1848 - 1912), veio a ser convidado posteriormente para cargo diplomático de confiança no governo de Rodrigues Alves (1848 - 1919), que acabou recusando.

Tendo sido sobretudo um tribuno eloquente e polêmico, deixou parca bibliografia, porém de excelente qualidade: 

- Manifesto em favor da Independência de Cuba (1896).
- Brasílio Machado (estudo biográfico).
- Produções Literárias (Prosa e verso em dois volumes). Obra póstuma publicada em 1937.

Escrevia seus artigos sob o pseudônimo Silvio Latino.


Apaixonado por Hortênsia, terceira e filha mais nova do Barão do Rio Branco, e vendo-se rejeitado por ela - que se casaria em 1909 com o adido diplomata e industrial belga Léon Hamoir - suicidou-se no Rio de Janeiro aos 34 anos com um tiro no peito. 
  
O comércio de Campinas dirigiu ao Presidente da Edilidade Campineira, dr. Antônio Alves da Costa Carvalho, um abaixo-assinado datado de 12 de dezembro de 1907, solicitando que o nome do notável tribuno César Bierrenbach fosse dado à “rua do Góis” e que havia falecido a pouco tempo atrás.

Em 06 de março de 1908, o prefeito Orosimbo Maia, sancionou o ato que dava àquela rua a denominação de rua César Bierrenbach, que fica na área central de Campinas.


Fotos:

Antiga "rua do Góis", agora nomeada rua "César Bierrembach".  


 César Bierrembach.

Busto em memória do grande tribuno localizado na Praça Bento Quirino
em Campinas, em frente à Igreja do Carmo. 


  
César e suas irmãs na infância.
 

  Acima, lápide de seu túmulo na via principal do Cemitério da Saudade. Está sob uma frondosa pitangueira; quais frutos podem serem vistos nesta foto recente.

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Sarah Kofman

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(1934 - 1994)



Filósofa, escritora e ensaísta judia francesa ligada a Jacques Derrida (1930 - 2004). Nascida na Polônia a 14 de setembro de 1934. Morreu em Paris, a 15 de outubro de 1994.

Autora dos livros: L'Infance de L'art: une interpretation de l'estetique freudienne (1970); Nietzsche et la Métaphore (1972); Chambre obscur de L'ideologie (1973); Melancolie de l'art (1985); Freud and Fiction (1991) e o ensaio Freud, lecteur (com Helène Cixous). Escreveu dezenas de artigos para revistas acadêmicas, filosóficas e literárias e trabalhou com Gilles Deleuze (1925 - 1995) e Balthazar Klossowski (1908 - 2001) nas releituras de Freud e Nietzsche. 

Escreveu também vários trabalhos autobiográficos. Paroles suffoquées (1987) é dedicado a seu pai, Berek Kofman, que ela viu pela última vez em julho de 1942. Rue Ordener, rue Labat (1994) também começa com a prisão de seu pai pela polícia de Vichy. O título se refere a dois endereços: o primeiro, onde a família vivia até a detenção do pai, e o segundo, onde Sarah ficou abrigada, durante a maior parte do período da guerra, depois de ter sido recolhida por uma parisiense divorciada, que a tratava como filha. O livro conta a história desse período e da disputa de custódia entre a mãe adotiva e a mãe biológica, após a libertação de Paris.

Sem motivos aparentes, ao sessenta anos, matou-se ingerindo uma overdose de soníferos no 150° aniversário de Nietzsche. Segundo a imprensa internacional que viu sua morte como um ato pouco sensacionalista, seu suicídio foi encarado nos meios acadêmicos franceses como um gesto genuinamente "pós-moderno". 

Após sua morte, editou-se na Inglaterra "A Collection of Essays of Sarah Kofman".


Fotos:



O sepulcro da filósofa. 



Bibliografia:

  • L'enfance de l'art: Une interprétation de l'esthétique freudienne (1970). No Brasil, A infância da arte (trad. Luis Fernando Medeiros de Carvalho e Paula Glenadel). Ed. Relume Dumará. ISBN 8573160551
  • Nietzsche et la métaphore (1972).
  • Camera obscura: De l'idéologie (1973).
  • Quatre romans analytiques (1974).
  • Autobiogriffures (1976).
  • Aberrations: Le devenir-femme d'Auguste Comte (1978).
  • Nerval: Le charme de la répétition (1979).
  • Nietzsche et la scène philosophique (1979).
  • L'énigme de la femme: La femme dans les textes de Freud (1980).
  • Le respect des femmes (Kant]] et [[Rousseau) (1982).
  • Comment s'en sortir? (1983).
  • Un métier impossible: Lecture de "Constructions en analyse" (1983).
  • Lectures de Derrida (1984).
  • Mélancholie de l'art (1985).
  • Pourquoi rit-on? Freud et le mot d'esprit (1986).
  • Paroles suffoquées (1987).
  • Conversions: Le Marchand de Venise sous le signe de Saturne (1987).
  • Socrate(s) (1989).
  • Séductions: De Sartre à Héraclite (1990).
  • Don Juan ou le refus de la dette (1991).
  • "Il n'y a que le premier pas qui coûte": Freud et la spéculation (1991).
  • Explosion I: De l'"Ecce Homo" de Nietzsche (1992).
  • Explosion II: Les enfants de Nietzsche (1993).
  • Le mépris des Juifs: Nietzsche, les Juifs, l'antisémitisme (1994).
  • Rue Ordener, rue Labat (1994). No Brasil, Rua Ordener, rua Labat. Ed. Caetés. ISBN: : 858647813X
  • L'imposture de la beauté et autres textes (1995).
  • Selected Writings (2007). Thomas Albrecht, Georgia Albert & Elizabeth G. Rottenberg; introdução de Jacques Derrida.


Konstantin Biebl

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(1898 - 1951)


Poeta tcheco. Nasceu a 26 de fevereiro de 1898, em Slavetin, próximo a Louny, na então Áustria-Hungria. Morreu a 12 de novembro de 1951, em Praga. Durante sua infância conviveu com animais exóticos em sua casa, como papagaios e macacos, que o seu pai (que viria a se matar em 1901), dentista e também poeta, apreciava. 

Filiado ao grupo dadaísta tcheco, ligou-se ao surrealismo e em 1926 publicou seus primeiros poemas no magazine Host, colaborando também com a revista Svetozor. Em 1934, uniu-se a intelectuais e artistas como Karel Teige (1900 - 1951 [que segundo alguns também veio a cometer suicídio]), Jindrich Styrsky (1899 - 1942), Toyen (Maria Cerminova) (1902 - 1980) e Viteslav Nezvál (1900 - 1958), renovando e dando novo impulso ao Devetsil, grupo de surrealistas criado em Praga a partir de 1920. Sua esposa Marie Bieblova também era poeta. Enquanto esteve em Praga, misturou ideias realistas com surreais e acabou por se afastar do grupo ao criar uma poesia dita "proletária", e radicalmente politizada para as propostas gerais, publicando os livros: "A voz fiel", "O novo Ícaro" e "Espelho da noite".

Com a invasão russa em 1948, vendo traídas suas convicções comunistas e o regime tcheco aniquilado pela opressão, procurou inutilmente protestar; sofrendo de pancreatite e achando-se na iminência de ser preso pela polícia secreta soviética, aos 53 anos suicidou-se, atirando-se do quinto andar de um edifício. 

Fotos:

Biebl (à direita) com seu cunhado por volta de 1940. 



Konstantin Biebl, Toyen, Vladislav Vančura, Marie Bieblová, Vítězslav Nezval.



    



Máscara mortuária de Biebl. 


Busto e placa em memória do poeta.

 "Nesta casa viveu e trabalhou o poeta Konstantin Biebl
nos anos de 1940 - 1951". 

 Túmulo do poeta. 

Obras:

  • Cesta k lidem (1923)
  • Věrný hlas (1924)
  • Zlom (1925)
  • Zloděj z Bagdadu (1925)
  • Zlatými řetězy (1926)
  • Modré stíny (1926)
  • S lodí jež dováží čaj a kávu (1927)
  • Nový Ikaros (1929)
  • Nebe peklo ráj (1930)
  • Plancius (1931)
  • Zrcadlo noci (1939)
  • Bez obav (1951)
  • Cesta na Jávu (1958)