Geza Róheim

Candelabro aceso para Geza Róheim (1891 - 1953)


Antropólogo e psicanalista húngaro. Nasceu em 1891, em Budapeste. Morreu a 7 de junho de 1953, em Nova York. Oriundo de uma família de comerciantes judeus abastados, após infância e juventude felizes, concluiu estudos clássicos em Leipzig e obteve doutoramento em Berlim. A seguir, conheceu e se interessou pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud, utilizando-se dos conceitos do complexo de Édipo para suas primeiras publicações de 1911. Retornando a Budapeste, ingressou no Departamento de Etnologia do Museu Magiar Nemzeti. A seguir, foi analizado por Sandor Ferenczi (1873 - 1933) e depois por Wilma Kovacs (1882 - 1940), iniciando-se como psicanalista a partir de 1917, quando iniciou a publicação de seu primeiro tratado: "A morte dos pais primitivos".

Apesar da inabalável admiração por Freud - com quem se encontraria em 1918 - seu livro inicial, Totemismo australiano (1925), não aderia às teses do mestre, enunciadas em Totem e Tabu (1913), inspirando-se principalmente em Melanie Klein (1882 - 1960) sobre as relações existentes entre a criança e a mãe.

Avesso às ortodoxias, porém, tornou-se independente. Ao publicar Totemismo australiano (1925), abstinha-se de antigos conceitos de Bronislaw Malinovski (1884 - 1942) e do próprio Freud. Assim, graças a uma subvenção de Marie Bonaparte (1882 - 1962), iniciou em 1928 suas grandes investigações de campo, viajando à Melanésia. Lá, após estada em Aden e Djibuti, passou nove meses entre os aborígenes de Sipupu, nas ilhas d'Entrecasteaux, costa da Nova Guiné, onde viveu tempos de feliz adaptação. De regresso, atravessou os Estados Unidos e deteve-se na Califórnia, colhendo ali material com os índios ayumas, sobre os quais lhe renderia o livro "Psicanálise dos tipos culturais primitivos", publico em 1932.

Lecionou psicanálise e antropologia no Instituto de Psicanálise de Budapeste, porém, com o surgimento da ameaça nazista e a iminência de nova guerra, em 1938 migrou para os EUA com a mulher e se ligou ao Hospital Estadual de Worcester, Massachusetts, exercendo as funções de analista. De lá, foi para Nova York, analisando pacientes particulares.

Bon vivant, apreciador dos prazeres do álcool e da gastronomia, amava a leitura e atividades físicas. Sua obra, escrita em três línguas, compreende cerca de doze livros e mais de 150 publicações acadêmicas. Seus últimos trabalhos incluem "Psicanálise e antropologia" (1950); "Os portais do sonho e Magia e esquizofrenia", publicados postumamente (1955).

Ao enviuvar em 1953 com 62 anos e não suportando a falta da mulher, Llonka, com quem conviveu por quase toda a vida, após sofrer pequena intervenção cirúrgica, redigiu instruções para que seu caixão fosse coberto com a bandeira húngara, recomendou que o historiador judeu Raphael Patai (1910 - 1996) pronunciasse a oração fúnebre e se suicidou, deixando-se morrer de inanição.

Fotos:


G. Róheim e sua esposa.


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