Thomas Chatterton

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(1752 - 1770).


("A morte de Chatterton", por Henry Wallis)

Poeta romântico inglês. Nasceu em Bristol, a 20 de novembro de 1972 e faleceu em Londres, a 24 de agosto de 1770.

Oriundo de pobre família de Bristol, seu pai, John Chatterton, era mestre de coro na igreja de Saint Mary Recliffe e morreu três meses antes do filho nascer. Ainda criança, já demonstrava um pouco do comportamento melancólico que lhe seria característico. Mas a mãe e a irmã achavam que era "lento". Inúmeras vezes tentaram ensinar-lhe o alfabeto e fracassaram...

Aos seis anos e meio pegou um dos velhos livros de seu pai, em francês e com canções do século XV. Escrito em letras góticas e iluminuras, a beleza da escrita fascinou o menino, que logo começou a ler com desembaraço. Aos oito anos, foi mandado para Colston's School, espécie de instituição de caridade que aceitava meninos pobres. Foi lá que, num duro ambiente dickensiano, surgiram seus trabalhos, como "Balade of Charity" (Balada de caridade). Aos treze anos, formado, iniciou nova etapa de vida. Foi colocado pela escola em aprendizado no escritório do advogado Lambert.

Enquanto empregado de Lambert, escreveu uma carta a Horace Walpole (1717 - 1797), o maior escritor ingês da época, numa tentativa de obter uma avaliação do respeitado líder sobre seu trabalho "Rowley". No início Walpole se entusiasmou-se com as belas poesias do século XV mas ficou desconfiado. Quem seria o aprendiz de dezesseis anos que estava de posse de uma das maiores descobertas literárias do século? Walpole então escreveu de volta, condenando o menino como mero forjador, ferindo seu orgulho de maneira que jamais esqueceria.

Morando com uma tia, mal conseguia sobreviver escrevendo poemas políticos e textos leves para várias revistas. Mas percebendo as dificuldades de ganhar a vida como poeta em Londres, tentou conseguir um posto como enfermeiro num navio da Marinha Real. Negaram-lhe uma carta de recomendação. Seus problemas financeiros aumentaram e seus trabalhos continuavam a ser rejeitados.

Em julho de 1770, achou por bem mudar de residência: alugou uma mansarda na Gray's Inn. Localizado no sótão, o quarto tinha pouca ventilação e era o lugar mais quente da casa no verão. Na época, sobrevivia com um pão por semana, comprado já velho para economizar dinheiro. A senhoria, Mrs. Angel (de onde vêm essas informações), frequentemente oferecia-lhe refeição, mas o orgulhoso Chatterton recusava. Por motivos assim, seus críticos o acusam de ser destrutivo e libertino.

Em sua biografia Louise Kaplan narra em detalhes um Chatterton desprovido da figura paterna e constantemente buscando preencher o espaço vazio. Quanto Walpole destruiu seu mundo de sonhos chamando-o de impostor, Kaplan acredita que o jovem fora empurrado prematuramente para o mundo dos adultos. Sem as fantasias pseudo-antigas, ele não tinha uma "válvula de escape" para tais sentimentos, sendo levado à loucura.

Sempre melancólico, foi rejeitado pela crítica e estava morrendo de fome num pardieiro londrino. Comeu sua última refeição na casa do vizinho. Foi então ao boticário, obteve uma mortal solução de arsênico com ópio e, a 30 de agosto de 1770, em sua pequena e miúda mansarda, cometeu suicídio para não morrer de fome, lentamente e sem dignidade.

Chatterton não viveu para ver uma edição de suas poesias publicada. Seu corpo, após rápida autópsia, foi jogado numa vala comum, em Shoe Lane. Foram seus biógrafos que se cotizaram e convenceram a cidade de Bristol a erguer um monumento à sua memória. Encomendada, a obra ficou por muitos anos à frente da igreja Saint Mary Redcliffe. Porém, o clero considerou uma blasfêmia manter monumento a um rapaz suicida em lugar tão sagrado e o baniu de lá.


Galeria de imagens:





A casa em Bristol onde o poeta nasceu e estudou.





Estátua em memória de Chatterton.




Sua assinatura.