Candelabro aceso para Alfonsina Storni
(1892 - 1938).
"E a minha alma é como o mar, é isso,
ah, a cidade apodrece-a engana-a;
pequena vida que dor provoca,
quem me dera libertar-me do seu peso!"
ah, a cidade apodrece-a engana-a;
pequena vida que dor provoca,
quem me dera libertar-me do seu peso!"
Poeta argentina de origem suíça. Nasceu no Cantão de Sala Capriasca, Suíça, a 29 de Maio de 1892. Faleceu em Mar del Plata, em 25 de outubro de 1983.
Obrigada a trabalhar desde muito cedo, ingressou num grupo teatral, dando aulas em escolas rurais do interior da Argentina. Em 1913, mudou-se para Buenos Aires, onde foi professora primária e, depois, secundária, trabalhando com outro grupos de jovens.
Tornou-se ativista feminista, opositora dos preconceitos sociais e iniciando uma obra, às vezes erótica e cujo tema quase constante são as frustrações amorosas, deixando-nos livros como: "La inquietud del rosal", "El dulce daño"; dando início ao seu sucesso popular: "Irrediablemente", "Languidez", "Ocre", "Mundo de siete pozos" e "Mascarilla y trébol".
Postumamente publicaram-se ainda "Antologia Poética" e "Obras poéticas completas", pela Ed. Aguillar de Madri.
Aos 42 anos, condenada por um câncer na garganta, atirou-se ao oceano Atlântico em Mar del Plata a 25 de outubro de 1938. No local, erigiu-se um monumento em sua homenagem.
Em 1998, o dramaturgo e diretor português Tiago Torres da Silva escreveu a peça-monólogo "É o mar, Alfonsina, é o mar", encenada no Brasil durante o oitavo festival de Teatro de Curitiba e interpretada pelo ator José Neves.
Abaixo uma poesia de Alfonsina:
BEM PODE SER
Tradução de José Jeronymo Rivera
Bem pode ser que tudo o que em meu verso hei sentido
Não seja mais que aquilo que nunca pôde ser,
Não seja mais do que algo vedado e reprimido
De família em família, de mulher em mulher.
Dizem que nos solares dos meus, sempre medido
Estava tudo aquilo que se tinha a fazer...
Silenciosas dizem que as mulheres hão sido
Em meu materno lar. Ah, sim, bem pode ser...
Às vezes minha mãe terá sentido o anseio
De liberar-se, e logo viu subir-lhe do seio
Uma funda amargura, e na sombra chorou.
E tudo de mordaz, vencido, mutilado,
Tudo o que se encontrava em sua alma guardado,
Creio que sem querer fui eu quem libertou.
Galeria de Imagens:
Monumento a Alfonsina Storni.
Uma homenagem de Mercedes Sosa a Alfonsina Storni na sua música: "Alfonsina e o Mar".
Link Recomendado:
Poesias de Alfonsina: http://www.avozdapoesia.com.br/alfonsinastorni/obra.php