Candelabro aceso para Emily Davison
(1872-1913)
Militante sufragista inglesa.
Nasceu em Blackheath, Morpeth, Northumberland, em 1872. Morreu em Epsom Downs, Surrey, a 5 de junho de 1913.
Filha de Charles e Margareth Davison, teve uma infância e vida escolar impecáveis. Estudou Literatura no Holloway College, mas foi obrigada a interromper estudos devido à morte do pai e à precária viuvez da mãe. Contudo, lecionando e formando futuros professores, conseguiu manter-se, retornar ao curso e formar-se pela Universidade de Londres, obtendo depois um posto de professora junto à comunidade de Berkshire.
Vivendo dificuldades e observando na própria pele os preconceitos e a inferioridade social que a mulher sofria na sociedade de então, ingressou em 1906 no Woman's Social and Political Union, movimento fundado por Emmeline Pankhurst (1858-1928), em 1903, sob o lema "ações, não palavras", onde passou a atuar em prol da emancipação da mulher.
Governada pelo rei George V (1865-1936) e pelo Chanceller (e depois Primeiro Ministro) David Lloyd George (1863-1945), a Inglaterra, como de resto o mundo todo, opunha-se a concordar com o voto feminino pleiteado pelas mulheres desde o século XVIII, quando a revolucionária francesa Olympe de Gouges (1748-1793) lançou a Declaração dos Direitos da Mulher (1789) e a líder e pioneira do feminismo inglês Mary Wollstonecraft (1759-1797) publicou seu livro Vindication of the Rights of Woman (1792).
Exacerbadas, as mulheres inglesas atuavam com furor, ora invadindo aos gritos recintos públicos como assembléias, ora apedrejando ou incendiando propriedades. Nesses atos de violência, deixavam-se prender em grupos pela polícia e, presas, realizavam greves de fome. Emily, contudo, que achava faltar um fato sensacional para atrair as atenções para a causa, chegou a tentar o suicídio, saltando de uma sacada, sobrevivendo, porém.
No dia 4 de junho de 1913 aconteceu o grande Derby de Epsom. Realizada desde 1780 e encabeçada pela família real, a célebre corrida de cavalos reunia toda a alta sociedade britânica e milhares de expectadores. Boa oportunidade, portanto, para uma demonstração de desagravo das mulheres do WSPU. Radical e para chamar atenção sobre as atividades do grupo e sensibilizar a sociedade e realeza, Emily não se limitou exclusivamente aos protestos habituais: atravessou a cerca de segurança, invadiu a pista e, quando os animais desenvolviam alta velocidade, suicidou-se lançando-se à frente de Anmer, cavalo pertencente ao rei e que então ganhava o páreo.
A tragédia do Derby de 1913 assinalou o ponto culminante da agitação, que não foi em vão. Feita mártir dos movimentos feministas e sufragistas na Inglaterra, o voto feminino acabou liberado em
1918, quando, então, as mulheres inglesas de mais de 30 anos obtiveram o seu direito ao voto.
Abaixo o vídeo do sacrifício de Emily Davison: