Bonaventure des Périers

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(1510 - 1544).



Poeta, contista, tradutor, humanista e filósofo francês. Nasceu em família nobre de Arney-le-Duc (Borgonha) em 1501. Morreu em Lyon em 1544. De sua infância e educação pouco se sabe, mas atuou como tutor em várias casas nobres.

Na mocidade, dedicou-se ao latim e ao grego, aprofundando-se em filosofia. Visitou Lyon em 1533 e ali se tornou assistente de Pierre Robert Olivétan (? - 1533) e Jacques Lefèvre d'Étaples (1455 - 1536), com quem trabalhou na tradução do Velho Testamento, então chamado "Bíblia Francesa" e na preparação do Commentariorum linguae Latinae, de Étienne Dolet (1509 - 1546).

Em 1536, já afamado, tornou-se valet de chambre e depois secretário de Margarida de Valois (1492 - 1549), rainha de Navarra e irmã de Francisco I (1494 - 1547), rei da França. Neste cargo, traduziu-lhe o Heptaméron, insurgindo-se contra a igreja católica mas sendo protegido pela corte da rainha. Ali, defendeu o poeta Clément Marot (1496 - 1544), proscrito por sua tradução dos Salmos e reedição de Cymbalum mundi (1537), que acabou apreendido e destruído pelo clero.

Achando todo o conjunto de seu trabalho um acinte à Reforma, Calvino (1509 - 1564) e os protestantes declararam a obra e sua conduta como ímpias e o denunciaram a Francisco I, que mandou prendê-lo, condenando-o à fogueira. Mais uma vez foi protegido das perseguições, porém, cansada da incredulidade de seu protegido que não se mostrava católica nem protestante, a soberana o abandonou à própria sorte. Desesperado, fugiu da corte, viveu na miséria e acabou por suicidar-se, transpassando-se com a própria espada, conforme narra o professor, historiador e editor Henri Estienne (1522 - 1598).

O que nos diz a Wikipédia:
  
Bonaventure des Périers (c. 1501—1544) foi um autor francês. Ele nasceu de uma família nobre em Arnay-le-duc, na Burgúndia.

Sua infância e sua educação são pouco conhecidas, mas sabe-se que ele esteve ligado a várias casas nobres atuando como tutor. Em 1533 ou 34, des Périers visitou Lyon, então a cidade mais liberal da França e refúgio de muitos estudiosos liberais que haviam sido perseguidos por suas opiniões. Ali, ele deu alguma assistência a Robert Olivetan e Lefèvre d'Etaples na preparação da versão vernácula do Velho Testamento; também trabalhou com Etienne Dolet no Commentarii linguae latinae.

Em 1536, ele passou a ser secretário particular de Margarida de Angoulême, rainha de Navarra. Bonaventure transcreveu o Heptameron para a rainha. Há quem afirme que seu trabalho tenha ido além do papel de copista. Alguns autores chegam a lhe atribuir a autoria do Heptameron.

As livres discussões permitidas na corte de Margarida acabaram por deixá-lo insatisfeito tanto com os Católicos quanto com os Calvinistas. Bonaventure tornou-secético, dando à luz o seu Cymbalum Mundi… (1537). Apesar do seu liberalismo, a rainha de Navarra achou melhor demitir seu secretário após a publicação do livro, embora tenha continuado a ajudá-lo até 1541. Há quem diga, baseado nisto, que os dois tiveram um envolvimento amoroso. O Cymbalum Mundi consiste de quatro diálogos alegóricos à moda de Luciano.

Após ser impresso em Paris, o livro trouxe muitos inimigos a Bonaventure. Henri Estienne considerou-o detestável e Étienne Pasquier disse que ele merecia ser jogado numa fogueira junto com seu autor. Des Périers acabou tendo que deixar Paris e retornou para Lyon, onde acabou seus dia na pobreza, suicidando-se com a própria espada em 1544. No mesmo ano, sua obra completa foi impressa em Lyon sob o título Recueil des Œuvres de feu Bonaventure des Périers. O Recuil incluía seus poemas, de pouco valor poético, um tratado sobre Sêneca e uma tradução de Lisis de Platão.

Sua principal obra, porém, só apareceria em 1558. Nouvelles récréations et joyeux devis era uma coletânea de fábulas e contos. As Nouvelles fizeram de Bonaventure um dos pioneiros da prosa francesa moderna. Entretanto, parte da crítica atribui alguns contos, especialmente os últimos, aos editores da obra, Nicholas Denisot e Jacques Peletier.


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